INICIAÇÃO AO CACHIMBO
Fumar cachimbo é uma arte. Parece um pouco
pretensioso, mas na verdade este é um ritual um pouco complexo que necessita de
experiência e muita vontade.
Este pequeno manual serve para o ajudar na
iniciação na Arte do Cachimbo.
1. O PRIMEIRO CACHIMBO
A escolha de um cachimbo parece um pouco complexa, e
na realidade é. A consciência de certos e determinados pormenores associada a
uma curiosidade extrema e uma fraca definição de gostos pode albergar uma
escolha muito complexa. O primeiro cachimbo é apenas o ponto de partida para
pesquisas posteriores, quase que podemos afirmar que o primeiro cachimbo pode
ser um qualquer, mas também não é assim tão simples, existem alguns cachimbos a
evitar.
Como primeiro cachimbo, provavelmente deseja
um cachimbo "Briar" (também denominado por cachimbo "Brier"
ou "Bruyère"), "Briar" é a denominação britânica para a
madeira da raiz, mais exatamente da zona entre a raiz e o tronco (vulgarmente
conhecido como o "cepo"), de Urze Branca (Erica arborea), uma árvore
pequena que cresce na região mediterrânea. A raiz da urze branca tem uma grande
longevidade, resistência ao calor e uma boa aparência.
Existem outros materiais para fazer cachimbos
como barro, espuma do mar (sepiolite) ou porcelana, no entanto, estes são
materiais frágeis, com fracas características de queima e não são tão fáceis de
usar como os cachimbos "Briar".
Os cachimbos de espiga de milho são a opção
menos cara para o primeiro cachimbo, e são uma boa alternativa aos cachimbos
"Briar", contudo, estes cachimbos têm, normalmente, fornilhos
bastante pequenos (o fornilho é a recipiente do cachimbo onde se coloca o
tabaco) e hastes de plástico frágil (a parte do cachimbo que se coloca na boca,
por vezes denominada por boquilha) que se torna fácil de perfurar com os
dentes.
A maior parte dos cachimbos "Briar"
têm hastes feitas de vulcanite (ebonite) ou lucite (acrílico), qualquer um
destes materiais é aceitável, a escolha de um destes materiais prende-se apenas
com o gosto pessoal. A vulcanite é mais macia, o que a torna mais confortável,
no entanto a lucite tem um tempo de vida superior e resiste mais eficazmente à
oxidação.
Os preços dos cachimbos têm uma amplitude
bastante elevada, desde uma mera dezena até alguns milhares de Euros.
Para o primeiro cachimbo não convém comprar
dos mais caros resigne-se aos que estão mais abaixo na tabela de preços, mas
não os mais baratos, os ideais encontram-se entre os 25 a 50 Euros.
Tente informar-se o melhor possível sobre o que está a comprar,
questione quem o estiver a atender na tabacaria, e vá pedindo conselhos.
Normalmente, estes sabem o que estão a vender. Tente comprar cachimbos em lojas
da especialidade, e evite comprar freeshops, grandes superfícies comerciais ou
outros estabelecimentos do gênero.
Não se esqueça de comprar escovilhões cônicos
de algodão, para limpar o cachimbo, e um calcador, para o ajudar a limpar o
cachimbo e calcar o tabaco. Estes itens são necessários.
Existem inúmeras marcas de cachimbos com
grande reputação como a Peterson, Dunhill, Larsen...
Se encontrar um cachimbo destas marcas a um
preço acessível não hesite, mas pode sempre optar por marcas com um pouco menos
de excelência como a Big Ben, Hilson, Amphora... Estas marcas são geralmente
mais acessíveis e a qualidade é razoável, o que os torna ideais para serem o
seu primeiro cachimbo.
Não convém que compre aqueles cachimbos com
um fornilho pequeno, pois estes tendem a aquecer bastante, enquanto fuma, no
entanto, não opte por um cachimbo de fornilho grande, estes exigem alguma
prática para os manter acesos, o que se pode tornar difícil para um fumador com
pouca experiência.
Os filtros não são necessários se não desejar
inalar o fumo. Se desejar inalar o fumo, ou seja, "travar", a compra
de um cachimbo com filtro não é má idéia.
Uma das contrariedades dos filtros reside na
influência prejudicial que estes possuem no sabor original do tabaco, para que
este não afete o sabor do tabaco é imprescindível que se encontrem
meticulosamente limpos.
Na Europa, o uso de filtros é bastante comum,
sobretudo o filtro com 9mm de diâmetro. Não existe qualquer problema em usar
filtros, desde que estejam, convenientemente, limpos. Porém, nem tudo são
defeitos, o uso de filtros reduz a presença de saliva no cachimbo (impedindo
que esta se instale no fornilho, misturada com o tabaco ou que escorra pela
boquilha), retém parte da nicotina e algumas substâncias nocivas produzidas na
combustão do tabaco e arrefece o fumo, diminuindo a irritação na boca originada
pelo tabaco.
A escolha da forma do cachimbo prende-se
apenas com o gosto pessoal. A maior parte dos fumadores de cachimbo preferem
cachimbos curvados, pois "penduram-se" melhor na boca, ou seja, são
mais confortáveis. Os cachimbos direitos, embora não tão confortáveis, são mais
fáceis de arrumar e de limpar.
"Seconds" é termo inglês que
caracteriza os cachimbos de marca que possuam alguma falha na sua concepção,
vulgarmente associada ao aspecto, e que assim não merece ter o nome do
fabricante.
Normalmente estes cachimbos
"second" vêem apenas timbrados com a frase "Imported
Briar", ou algo similar, no caso da Peterson vêem como "Peterson's
Irish Seconds". Assim, pode encontrar bons cachimbos a preços reduzidos,
que apenas possuem pequenas falhas estéticas.
2. O PRIMEIRO TABACO
Que tabaco devo escolher? Esta é uma pergunta
muito complexa. Se a sua experiência se reduz a cigarros e charutos a escolha
vai ser muito complicada.
A diversidade de tabacos para cachimbo é
fenomenal. O sabor do tabaco não é influenciado apenas pelos compostos e estado
do tabaco, existem inúmero fatores envolvidos, tais como a forma de cachimbo e
o tipo de corte do tabaco.
A única maneira de maneira de encontrar o
tabaco ideal é experimentando. Mas tenho cuidado, veja se o tabaco está em condições.
Apesar da longevidade do tabaco ser enorme, alguns já se encontram nas
tabacarias há muito tempo, e alguns destes não são devidamente selados, e não
mantêm a umidade, nem o sabor original. Primeiro verifique se a embalagem está
em boas condições, e se existe alguma referência na embalagem à selagem do
produto. Se este se apresentar em lata, tenha cuidado apenas com a idade do
tabaco.
É, também, evidente que os tabacos a preços
mais acessíveis sejam feitos de uma matéria-prima de menor qualidade e recorrem
a uma maior variedade de aditivos para melhorar as suas características
(normalmente estes são aromatizados). Mas não seja extremamente zeloso, pois
pode estar a dar uma quantia exagerada por tabaco que não aprecia minimamente.
A maior parte dos fumadores de cachimbo estão
constantemente na demanda pelo "Santo Graal", o tabaco perfeito. Para
facilitar o início da procura escolha o tipo de tabaco que prefere, adocicado,
aromatizado, suave... A escolha é sua. Cada tipo de tabaco tem características
diferentes. Vou definir alguns, de maneira de auxilia-lo nesta
"busca".
Aromáticos vs. não aromáticos
Estas são as duas grandes subdivisões de
tabaco para cachimbo. Regra geral, todos os fumadores recentes tendem a optar
pelos tabacos aromáticos, com aromas de baunilha, cereja... enquanto que
aqueles que já fumavam cigarros tendem a escolher os tabacos não aromáticos ou
naturais.
Aromáticos
Um bom tabaco aromático é suavemente
aromatizado, nunca em excesso. Os tabacos que proporcionam este tipo de mistura
são mais úmidos que os não aromáticos. Este tipo de mistura requer grandes
cuidados na preparação do tabaco e no enchimento do cachimbo.
Não aromáticos
Estes tabacos não contêm qualquer aditivo
aromatizante, melhor ainda, estes tabacos normalmente não contêm quaisquer
aditivos, para além de água. Por vezes os tabacos não aromáticos vêem definidos
como tabacos Ingleses ("English Tabacco").
Tipos de tabaco mais comuns
Burley.
Tabaco com baixa quantidade
de açúcar e alto teor de nicotina. Esta qualidade de tabaco tem uma combustão
lenta com um aroma subtil. O Burley é muito usado como base para misturas
aromáticas ou para diminuir a velocidade de combustão de uma mistura de
tabacos.
Latakia.
Um tabaco especiaria que é
curado através do fumo de determinados tipos de madeira. Tem um sabor único e
bastante forte, não causa qualquer indiferença ao fumador, ou se adora ou se
detesta. O Latakia é usado nas misturas para dar corpo e acentuar o seu sabor.
Orientais.
São por definição os tabacos
que são cultivados na região leste do Mediterrâneo, incluem-se nesta categoria
vários tabacos turcos e o Latakia. Uma mistura oriental é composta por vários
tipos de tabaco orientais.
Perique.
Outro tabaco especiaria que
é cultivado em St. James Parish, na Lousiana, Estados Unidos da América. Este
tabaco é submetido a altas pressões, durante a sua produção, que permite a sua
fermentação enquanto se cura. Esta particularidade no seu processo objetiva um
tabaco distinto.
Tabaco Turco.
Esta denominação é comum a qualquer um dos inúmeros tabacos cultivados
no leste do Mediterrâneo. Os tabacos turcos mais populares são: Basma, Smyrna,
Xanthi, Samsun, Izmir, Drama e o Yenidje. Praticamente todos estes nomes
derivam da região de onde provêm. Os tabacos turcos são interpretados como tabacos
doces e condimentados que conferem corpo a algumas misturas.
Virgínia.
Apesar deste nome derivar do
estado da Virgínia nos EUA, este tipo de tabaco é cultivado em várias regiões.
Existem várias qualidades de Virgínia, mas todos caracterizados pelo alto teor
de açúcar e pela sua suavidade. Estes tabacos são vulgarmente usados como base
de mistura, mas também é fumado puro. Salienta-se um aspecto interessante,
estes tabacos tendem a melhorar com a idade, tal como um bom vinho. Muito mais
suave que os tabacos orientais, estes Virgínia possuem um aroma complexo que o
torna favorito dos fumadores mais experientes.
O teor de umidade do tabaco altera as
características de queima e de aroma. Um tabaco demasiado úmido ou seco não
poderá proporcionar um fumar agradável. Uma maneira de saber se o seu tabaco
tem a quantidade certa de umidade é apertar com força um bocado de tabaco, e
depois largá-lo. Se este começa logo a expandir o tabaco está em boas
condições, se este ficar na mesma posição então está demasiado úmido e,
finalmente, se começar a "saltar", então, está seco.
O tabaco comprado em latas retém facilmente a
umidade inicial durante várias semanas depois de aberto. As misturas compradas
a avulso, ou tabacos enlatados deverão ser devidamente condicionados. As bolsas
de tabaco de fecho, apesar do seu revestimento, não são à prova de ar, o que
não permite um controle exato da umidade. A melhor forma de controlar a umidade
do seu tabaco, caso o guarde por muito tempo, será em sacos selados a vácuo, ou
em caixinhas de plástico hermeticamente fechados. Algumas pessoas afirmam, que
o tabaco pode ser guardado em sacos de plástico próprios para serem
convenientemente instalados no frigorífico.
Se o tabaco tiver umidade demais,
deixe-o num local seco, em contacto com o ar, mas vigie-o com cuidado, para que
este não fique excessivamente seco. No caso do tabaco estar um pouco seco,
também há solução. As soluções disponíveis passam por colocar uma rodela de
batata ou de maçã no interior do tabaco, se optar por esta solução tenha
cuidado, pois, pode-se formar bolor, estragando o irreversivelmente o tabaco.
Outra solução, um pouco mais segura, é borrifar o tabaco, com uma pequena
quantidade de água, e deixá-lo selado por alguns dias.
3. INICIAR O CACHIMBO
O cachimbo é um instrumento, apesar de
simples, que exige muitos cuidados. Sobretudo quando nos referimos ao fornilho
do cachimbo, aí os cuidados devem ser redobrados.
É extremamente importante que fume no seu novo cachimbo com calma, de maneira a
evitar estragos na madeira de raiz de urze nua. Há quem defenda que durante os
primeiros tempos o cachimbo só deva ser enchido a dois terços do total, e
incrementado progressivamente até atingir o volume total do fornilho. Existem
outras técnicas que visam proteger o cachimbo nas primeiras
"cachimbadas", tais como umedecer o interior do fornilho com água ou
whisky.
As primeiras "cachimbadas" têm
sempre um sabor um pouco amargo devido ao consumo da madeira. Por favor não
aceda a idéias de o queimar com um ferro em brasa, incendiar o cachimbo ou
outras idéias destrutivas. Tenha paciência, alguns cachimbos são mais fáceis de
conseguir as condições ideais que outros.
Existem cachimbos que têm o fornilho
revestido, para proteger o "Briar" no início até que o
"bolo" se forme. Estes cachimbos têm a denominação de pré-queimados.
Existem algumas técnicas catalisadoras de
formação do "bolo", exemplo disso é o uso de mel, que de fato ajuda a
criar o bolo mais rapidamente, mas o sabor inicial não é muito agradável.
Não fume um cachimbo novo no exterior, o vento tende a aumentar a
temperatura de combustão, o que levará à destruição da madeira interior.
4. ENCHER O CACHIMBO
Esta é uma tarefa de suprema importância e de
alguma complexidade, talvez seja a parte mais difícil de todo o ritual de fumar
cachimbo. Para um iniciante pode ser um pouco frustrante. Muitas das pessoas já
desistiram deste moroso processo. Mais uma vez, afirmo, é necessário ter
paciência para fumar cachimbo. A perfeição e excelência reclamam tempo e
experiência.
A técnica mais comum de carregar o cachimbo é
o método das "três camadas". O objetivo é o de ter o tabaco com um
aperto homogêneo em todo o fornilho, este efeito é conseguido apertando
progressivamente a cada camada inserida. Esta disposição em camadas permite que
se criem "bolsas" de ar entre camadas, que facilita a remoção
progressiva de cinza e ajuda a manter o cachimbo aceso.
Encha o fornilho de tabaco até ao topo, com
auxílio de um calcador ou com um dedo, pressione gentilmente o tabaco até que
este preencha metade do volume total. Encha cachimbo de novo, até ao topo.
Pressione até que ¾ do fornilho estejam completos. Encha de novo e pressione
com alguma força, mas não demasiado. Ele estará bom quando o tabaco ao ser
pressionado novamente pareça, algo, consistente. Se este não ceder é porque
está demasiado apertado. Se este ceder muito, está excessivamente solto.
Finalmente o teste, aspire o cachimbo sem estar aceso, deverá assemelhar-se à
sucção de uma palhinha numa bebida suave. Se isto não acontecer, vaze o tabaco
e comece de novo.
A pressão aplicada deve ser proporcional ao
tamanho do cachimbo e, ao corte e umidade do tabaco, mas esta compensação está
em segundo plano. Execute esta tarefa repetidamente até que a técnica seja
coerente.
Se não conseguir encher corretamente o
cachimbo terá grandes dificuldades em manter o cachimbo aceso.
5. ACENDER O CACHIMBO
Qualquer das formas existentes, fósforos,
isqueiro de gás butano ou de nafta (Zippo), serve. No entanto todos eles são
ligeiramente diferentes.
Os fósforos são o método tradicional de
acender um cachimbo. Acenda o fósforo e espere que o enxofre arda. Aproxime o
fósforo do topo do cachimbo e aspire o fumo suavemente, mova o fósforo num
trajeto circular de uma maneira lenta e uniforme. Esta talvez seja a forma
ideal de acender o cachimbo, assim não se influencia o aroma do tabaco.
Os isqueiros de gás butano são um pouco mais
convenientes que os fósforos e, também são insípidos e inodoros. Os isqueiros
próprios para cachimbo têm uma (por vezes mais) saída com um determinado ângulo
que facilita a tarefa de acender o cachimbo, pois não queima os dedos.
Finalmente, os isqueiros de nafta, também
denominados de isqueiros de gasolina. Estes partilham a conveniência dos
isqueiros a gás, e têm a capacidade de acender o cachimbo mesmo sobre vento
forte. A Zippo tem isqueiros próprios para cachimbo, estes possuem um orifício
circular que é colocada sobre o fornilho enquanto que a chama é sugada para
dentro do tabaco. O grande defeito destes isqueiros é o sabor a gasolina que
conferem ao tabaco.
6. MANTER O CACHIMBO ACESSO
Não esteja demasiado preocupado se tiver
dificuldade em manter o cachimbo aceso. Raros são aqueles, mesmo com
experiência, que não deixam o cachimbo apagar. O principal é relaxar e
desfrutar esses momentos de ócio, o resto vem por si próprio. Atenção, o
cachimbo deve ser fumado com calma e de preferência enquanto faz uma pausa.
A melhor maneira de manter o cachimbo aceso
começa na forma como o acendemos. A maior parte das pessoas acendem o cachimbo
duas vezes, para que todo o tabaco no topo esteja aceso de uma maneira
uniforme.
Enquanto fuma é necessário que retire a cinza
que se vai formando no topo do fornilho. Estas cinzas devem ser removidas
periodicamente, volte o cachimbo para dentro do cinzeiro e bata gentilmente com
o indicador no fundo do cachimbo, de maneira a libertar a cinza. A presença da
cinza impede a passagem de oxigênio para a combustão do tabaco dificultando a
sucção.
A cadência a que se fuma é o compasso de
inspiração, este ritmo é bastante importante. Com a prática que se vai
adquirindo a cadência certa. O conceito geral é o de manter aceso o cachimbo, e
que este queime com uma temperatura ideal. A temperatura ideal pode ser
definida quando seguramos o cachimbo e este não nos queima as mãos. O cachimbo
deve estar confortável na sua mão. Caso não consiga segurar o cachimbo
coloque-o de lado e espere que este arrefeça.
A temperatura no fornilho não pode ser muito
elevada, pois sujeita-se a irritações na língua e à danificação do cachimbo.
7. LIMPAR O CACHIMBO
A limpeza do seu cachimbo de forma minuciosa
é de extrema importância. Apenas assim conseguirá tirar total partido do seu
cachimbo. Antes de iniciar qualquer tipo de limpeza, espere que o cachimbo
arrefeça.
A limpeza do fornilho deve ser feita cada vez
que fuma uma porção de tabaco (o tabaco de um fornilho). Esta limpeza tem o
propósito de eliminar todas as substâncias indesejáveis que restam no final da
"cachimbada", tais como cinza, saliva e tabaco mal queimado e excesso
de "bolo". O bolo é originado pela queima do tabaco em conjunto com o
interior do fornilho, esta camada é muito importante, pois permite saborear o
tabaco de uma forma impoluta e, protege o cachimbo das altas temperaturas
atingidas durante a combustão do tabaco no fornilho. O bolo deve ser cuidado
cautelosamente. Esta informação aplica-se apenas aos cachimbos
"Briar", e não se aplica, de forma alguma, aos cachimbos de espuma do
mar ou de barro.
Para remover a cinza mão bata o cachimbo em
superfícies duras, isto pode resultar em danos graves. Tem duas maneiras de o
conseguir, bata o cachimbo contra a sua palma da mão aberta (não se esqueça que
para limpar o cachimbo este tem de estar frio), ou remova a cinza com auxílio
da ferramenta para cachimbo.
Não deixe as cinzas no interior do fornilho
por muito tempo. Estas podem obstruí-lo. Após a remoção da maior parte das
cinzas, passe um escovilhão pelas paredes do fornilho de maneira a eliminar
certos restos de tabaco, cinza ou saliva. Para facilitar dobre o escovilhão em
forma de "U".
Existem muitas pessoas que ficam chocadas com o fato de um cachimbo ter
de repousar 48 horas até que esteja, novamente, apto a ser usado. Este fato é
verídico. A temperatura gerada durante a combustão do tabaco é de tal que
provoca grandes dilatações na sua estrutura. As 48 horas servem para que o
cachimbo descanse, e volte ao seu formato inicial. É óbvio, que não vai comprar
imediatamente um número elevado de cachimbos para que esta regra seja
devidamente cumprida. Vai ver que daqui a algum tempo já possui cachimbos
suficientes para respeitar esta condição.
O cachimbo deve ser limpo regularmente. Para
tal use os escovilhões (limpadores) cônicos, que normalmente são feitos de
algodão. O fato de serem cônicos ajuda no rigor da limpeza efetuada. Esta
limpeza destina-se à remoção de ácidos, nicotina, pequenos sólidos, saliva e
outros compostos nocivos e de sabor muito desagradável.
Limpe o cachimbo sempre que fumar uma porção
de tabaco, tirará maior proveito de um cachimbo bem limpo.
Primeiro, desmonte o cachimbo. Coloque o
escovilhão, com a extremidade mais fina, sobre a abertura na boquilha e
percorra o trajeto da haste na totalidade repetidamente. Se o escovilhão ficar
imediatamente sujo, use um outro novo. Faça este processo até que o escovilhão
não retire qualquer sujidade. Repita esta operação para a outra extremidade da
haste. Dobre o escovilhão e limpe a área da haste com maior diâmetro. Aproveite
bem os escovilhões e limpe o pescoço (parte do cachimbo, normalmente feita com
o mesmo material do fornilho, que liga a haste ao fornilho), se for possível,
com o mesmo escovilhão. Repita, basicamente os mesmos passos que efetuou para a
haste. Tente usar as duas extremidades do escovilhão, para que não gaste
muitos.
Por vezes é necessário proceder a uma limpeza
mais profunda, existem líquidos próprio para a limpeza do cachimbo, mas também
pode usar uma bebida de alto teor alcoólico. Embeba os escovilhões nesse
líquido e passe por todo o cachimbo. Respeite a devida secagem do cachimbo. Atenção,
este procedimento não se aplica aos cachimbos de espuma do mar (meerschaum).
Por vezes enquanto fumamos surgem uns sons
estranhos. Este som é provocado pela presença de umidade no cachimbo. As
possíveis causas são:
- Fumar excessivamente rápido. O vapor é um subproduto da combustão do
tabaco, e a combustão acelerada aumenta as quantidades de umidade sem que esta
possa ser libertada. A condensação dá-se no pescoço e haste.
- Cachimbo novo. Um cachimbo novo sem o bolo origina uma grande
quantidade de umidade, possivelmente devido à umidade que compõem a madeira.
Não há forma de evitar esta eventualidade.
- Tabaco com muita umidade. Os tabacos excessivamente úmidos aumentam a
umidade relativa no interior do cachimbo promovendo uma condensação maciça.
- Saliva no cachimbo. É inevitável que enquanto fuma não deixe que
alguma da sua saliva penetre no cachimbo. Mas se tiver a língua em contacto com
a boquilha, haverá uma grande quantidade de saliva que entrará no interior do
cachimbo. Mantenha a língua afastada da boquilha e a boca o mais seca possível.
Caso alguma destas situações ocorra, insira
um escovilhão na boquilha do cachimbo e limpe o seu interior.
8. EFEITOS SECUNDÁRIOS
O fato de ter a língua irritada é bastante
desagradável, no entanto pertence ao ritual de iniciação. Apesar desta sensação
ser perfeitamente natural, esta deve desaparecer ao fim de uma ou duas semanas.
Se este prurido se prolongar pode haver outras razões: o tabaco que fuma tem
umidade a mais, está a colocar o tabaco no fornilho de forma errada, a limpeza
do cachimbo insuficiente (saliva no cachimbo), saturação do filtro ou, então,
está a fumar com um ritmo excessivamente rápido.
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FONTE: Pesquisas na Internet