segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CONHECENDO MAIS A ARTE DO CACHIMBO


INICIAÇÃO AO CACHIMBO


Fumar cachimbo é uma arte. Parece um pouco pretensioso, mas na verdade este é um ritual um pouco complexo que necessita de experiência e muita vontade.
Este pequeno manual serve para o ajudar na iniciação na Arte do Cachimbo.

1.    O PRIMEIRO CACHIMBO
A escolha de um cachimbo parece um pouco complexa, e na realidade é. A consciência de certos e determinados pormenores associada a uma curiosidade extrema e uma fraca definição de gostos pode albergar uma escolha muito complexa. O primeiro cachimbo é apenas o ponto de partida para pesquisas posteriores, quase que podemos afirmar que o primeiro cachimbo pode ser um qualquer, mas também não é assim tão simples, existem alguns cachimbos a evitar.
Como primeiro cachimbo, provavelmente deseja um cachimbo "Briar" (também denominado por cachimbo "Brier" ou "Bruyère"), "Briar" é a denominação britânica para a madeira da raiz, mais exatamente da zona entre a raiz e o tronco (vulgarmente conhecido como o "cepo"), de Urze Branca (Erica arborea), uma árvore pequena que cresce na região mediterrânea. A raiz da urze branca tem uma grande longevidade, resistência ao calor e uma boa aparência.
Existem outros materiais para fazer cachimbos como barro, espuma do mar (sepiolite) ou porcelana, no entanto, estes são materiais frágeis, com fracas características de queima e não são tão fáceis de usar como os cachimbos "Briar".
Os cachimbos de espiga de milho são a opção menos cara para o primeiro cachimbo, e são uma boa alternativa aos cachimbos "Briar", contudo, estes cachimbos têm, normalmente, fornilhos bastante pequenos (o fornilho é a recipiente do cachimbo onde se coloca o tabaco) e hastes de plástico frágil (a parte do cachimbo que se coloca na boca, por vezes denominada por boquilha) que se torna fácil de perfurar com os dentes.
A maior parte dos cachimbos "Briar" têm hastes feitas de vulcanite (ebonite) ou lucite (acrílico), qualquer um destes materiais é aceitável, a escolha de um destes materiais prende-se apenas com o gosto pessoal. A vulcanite é mais macia, o que a torna mais confortável, no entanto a lucite tem um tempo de vida superior e resiste mais eficazmente à oxidação.
Os preços dos cachimbos têm uma amplitude bastante elevada, desde uma mera dezena até alguns milhares de Euros.
Para o primeiro cachimbo não convém comprar dos mais caros resigne-se aos que estão mais abaixo na tabela de preços, mas não os mais baratos, os ideais encontram-se entre os 25 a 50 Euros.
Tente informar-se o melhor possível sobre o que está a comprar, questione quem o estiver a atender na tabacaria, e vá pedindo conselhos. Normalmente, estes sabem o que estão a vender. Tente comprar cachimbos em lojas da especialidade, e evite comprar freeshops, grandes superfícies comerciais ou outros estabelecimentos do gênero.
Não se esqueça de comprar escovilhões cônicos de algodão, para limpar o cachimbo, e um calcador, para o ajudar a limpar o cachimbo e calcar o tabaco. Estes itens são necessários.
Existem inúmeras marcas de cachimbos com grande reputação como a Peterson, Dunhill, Larsen...
Se encontrar um cachimbo destas marcas a um preço acessível não hesite, mas pode sempre optar por marcas com um pouco menos de excelência como a Big Ben, Hilson, Amphora... Estas marcas são geralmente mais acessíveis e a qualidade é razoável, o que os torna ideais para serem o seu primeiro cachimbo.
Não convém que compre aqueles cachimbos com um fornilho pequeno, pois estes tendem a aquecer bastante, enquanto fuma, no entanto, não opte por um cachimbo de fornilho grande, estes exigem alguma prática para os manter acesos, o que se pode tornar difícil para um fumador com pouca experiência.
Os filtros não são necessários se não desejar inalar o fumo. Se desejar inalar o fumo, ou seja, "travar", a compra de um cachimbo com filtro não é má idéia.
Uma das contrariedades dos filtros reside na influência prejudicial que estes possuem no sabor original do tabaco, para que este não afete o sabor do tabaco é imprescindível que se encontrem meticulosamente limpos.
Na Europa, o uso de filtros é bastante comum, sobretudo o filtro com 9mm de diâmetro. Não existe qualquer problema em usar filtros, desde que estejam, convenientemente, limpos. Porém, nem tudo são defeitos, o uso de filtros reduz a presença de saliva no cachimbo (impedindo que esta se instale no fornilho, misturada com o tabaco ou que escorra pela boquilha), retém parte da nicotina e algumas substâncias nocivas produzidas na combustão do tabaco e arrefece o fumo, diminuindo a irritação na boca originada pelo tabaco.
A escolha da forma do cachimbo prende-se apenas com o gosto pessoal. A maior parte dos fumadores de cachimbo preferem cachimbos curvados, pois "penduram-se" melhor na boca, ou seja, são mais confortáveis. Os cachimbos direitos, embora não tão confortáveis, são mais fáceis de arrumar e de limpar.
"Seconds" é termo inglês que caracteriza os cachimbos de marca que possuam alguma falha na sua concepção, vulgarmente associada ao aspecto, e que assim não merece ter o nome do fabricante.
Normalmente estes cachimbos "second" vêem apenas timbrados com a frase "Imported Briar", ou algo similar, no caso da Peterson vêem como "Peterson's Irish Seconds". Assim, pode encontrar bons cachimbos a preços reduzidos, que apenas possuem pequenas falhas estéticas.
 
2.    O PRIMEIRO TABACO
Que tabaco devo escolher? Esta é uma pergunta muito complexa. Se a sua experiência se reduz a cigarros e charutos a escolha vai ser muito complicada.
A diversidade de tabacos para cachimbo é fenomenal. O sabor do tabaco não é influenciado apenas pelos compostos e estado do tabaco, existem inúmero fatores envolvidos, tais como a forma de cachimbo e o tipo de corte do tabaco.
A única maneira de maneira de encontrar o tabaco ideal é experimentando. Mas tenho cuidado, veja se o tabaco está em condições. Apesar da longevidade do tabaco ser enorme, alguns já se encontram nas tabacarias há muito tempo, e alguns destes não são devidamente selados, e não mantêm a umidade, nem o sabor original. Primeiro verifique se a embalagem está em boas condições, e se existe alguma referência na embalagem à selagem do produto. Se este se apresentar em lata, tenha cuidado apenas com a idade do tabaco.
É, também, evidente que os tabacos a preços mais acessíveis sejam feitos de uma matéria-prima de menor qualidade e recorrem a uma maior variedade de aditivos para melhorar as suas características (normalmente estes são aromatizados). Mas não seja extremamente zeloso, pois pode estar a dar uma quantia exagerada por tabaco que não aprecia minimamente.
A maior parte dos fumadores de cachimbo estão constantemente na demanda pelo "Santo Graal", o tabaco perfeito. Para facilitar o início da procura escolha o tipo de tabaco que prefere, adocicado, aromatizado, suave... A escolha é sua. Cada tipo de tabaco tem características diferentes. Vou definir alguns, de maneira de auxilia-lo nesta "busca".
Aromáticos vs. não aromáticos
Estas são as duas grandes subdivisões de tabaco para cachimbo. Regra geral, todos os fumadores recentes tendem a optar pelos tabacos aromáticos, com aromas de baunilha, cereja... enquanto que aqueles que já fumavam cigarros tendem a escolher os tabacos não aromáticos ou naturais.

Aromáticos

Um bom tabaco aromático é suavemente aromatizado, nunca em excesso. Os tabacos que proporcionam este tipo de mistura são mais úmidos que os não aromáticos. Este tipo de mistura requer grandes cuidados na preparação do tabaco e no enchimento do cachimbo.

Não aromáticos

Estes tabacos não contêm qualquer aditivo aromatizante, melhor ainda, estes tabacos normalmente não contêm quaisquer aditivos, para além de água. Por vezes os tabacos não aromáticos vêem definidos como tabacos Ingleses ("English Tabacco").

Tipos de tabaco mais comuns
Burley.
Tabaco com baixa quantidade de açúcar e alto teor de nicotina. Esta qualidade de tabaco tem uma combustão lenta com um aroma subtil. O Burley é muito usado como base para misturas aromáticas ou para diminuir a velocidade de combustão de uma mistura de tabacos.
Latakia.
Um tabaco especiaria que é curado através do fumo de determinados tipos de madeira. Tem um sabor único e bastante forte, não causa qualquer indiferença ao fumador, ou se adora ou se detesta. O Latakia é usado nas misturas para dar corpo e acentuar o seu sabor.
Orientais.
São por definição os tabacos que são cultivados na região leste do Mediterrâneo, incluem-se nesta categoria vários tabacos turcos e o Latakia. Uma mistura oriental é composta por vários tipos de tabaco orientais.
Perique.
Outro tabaco especiaria que é cultivado em St. James Parish, na Lousiana, Estados Unidos da América. Este tabaco é submetido a altas pressões, durante a sua produção, que permite a sua fermentação enquanto se cura. Esta particularidade no seu processo objetiva um tabaco distinto.
Tabaco Turco.
Esta denominação é comum a qualquer um dos inúmeros tabacos cultivados no leste do Mediterrâneo. Os tabacos turcos mais populares são: Basma, Smyrna, Xanthi, Samsun, Izmir, Drama e o Yenidje. Praticamente todos estes nomes derivam da região de onde provêm. Os tabacos turcos são interpretados como tabacos doces e condimentados que conferem corpo a algumas misturas.
Virgínia.
Apesar deste nome derivar do estado da Virgínia nos EUA, este tipo de tabaco é cultivado em várias regiões. Existem várias qualidades de Virgínia, mas todos caracterizados pelo alto teor de açúcar e pela sua suavidade. Estes tabacos são vulgarmente usados como base de mistura, mas também é fumado puro. Salienta-se um aspecto interessante, estes tabacos tendem a melhorar com a idade, tal como um bom vinho. Muito mais suave que os tabacos orientais, estes Virgínia possuem um aroma complexo que o torna favorito dos fumadores mais experientes.

O teor de umidade do tabaco altera as características de queima e de aroma. Um tabaco demasiado úmido ou seco não poderá proporcionar um fumar agradável. Uma maneira de saber se o seu tabaco tem a quantidade certa de umidade é apertar com força um bocado de tabaco, e depois largá-lo. Se este começa logo a expandir o tabaco está em boas condições, se este ficar na mesma posição então está demasiado úmido e, finalmente, se começar a "saltar", então, está seco.
O tabaco comprado em latas retém facilmente a umidade inicial durante várias semanas depois de aberto. As misturas compradas a avulso, ou tabacos enlatados deverão ser devidamente condicionados. As bolsas de tabaco de fecho, apesar do seu revestimento, não são à prova de ar, o que não permite um controle exato da umidade. A melhor forma de controlar a umidade do seu tabaco, caso o guarde por muito tempo, será em sacos selados a vácuo, ou em caixinhas de plástico hermeticamente fechados. Algumas pessoas afirmam, que o tabaco pode ser guardado em sacos de plástico próprios para serem convenientemente instalados no frigorífico.
Se o tabaco tiver umidade demais, deixe-o num local seco, em contacto com o ar, mas vigie-o com cuidado, para que este não fique excessivamente seco. No caso do tabaco estar um pouco seco, também há solução. As soluções disponíveis passam por colocar uma rodela de batata ou de maçã no interior do tabaco, se optar por esta solução tenha cuidado, pois, pode-se formar bolor, estragando o irreversivelmente o tabaco. Outra solução, um pouco mais segura, é borrifar o tabaco, com uma pequena quantidade de água, e deixá-lo selado por alguns dias.

3.    INICIAR O CACHIMBO
O cachimbo é um instrumento, apesar de simples, que exige muitos cuidados. Sobretudo quando nos referimos ao fornilho do cachimbo, aí os cuidados devem ser redobrados.
É extremamente importante que fume no seu novo cachimbo com calma, de maneira a evitar estragos na madeira de raiz de urze nua. Há quem defenda que durante os primeiros tempos o cachimbo só deva ser enchido a dois terços do total, e incrementado progressivamente até atingir o volume total do fornilho. Existem outras técnicas que visam proteger o cachimbo nas primeiras "cachimbadas", tais como umedecer o interior do fornilho com água ou whisky.
As primeiras "cachimbadas" têm sempre um sabor um pouco amargo devido ao consumo da madeira. Por favor não aceda a idéias de o queimar com um ferro em brasa, incendiar o cachimbo ou outras idéias destrutivas. Tenha paciência, alguns cachimbos são mais fáceis de conseguir as condições ideais que outros.
Existem cachimbos que têm o fornilho revestido, para proteger o "Briar" no início até que o "bolo" se forme. Estes cachimbos têm a denominação de pré-queimados.
Existem algumas técnicas catalisadoras de formação do "bolo", exemplo disso é o uso de mel, que de fato ajuda a criar o bolo mais rapidamente, mas o sabor inicial não é muito agradável.
Não fume um cachimbo novo no exterior, o vento tende a aumentar a temperatura de combustão, o que levará à destruição da madeira interior.

4.    ENCHER O CACHIMBO
Esta é uma tarefa de suprema importância e de alguma complexidade, talvez seja a parte mais difícil de todo o ritual de fumar cachimbo. Para um iniciante pode ser um pouco frustrante. Muitas das pessoas já desistiram deste moroso processo. Mais uma vez, afirmo, é necessário ter paciência para fumar cachimbo. A perfeição e excelência reclamam tempo e experiência.
A técnica mais comum de carregar o cachimbo é o método das "três camadas". O objetivo é o de ter o tabaco com um aperto homogêneo em todo o fornilho, este efeito é conseguido apertando progressivamente a cada camada inserida. Esta disposição em camadas permite que se criem "bolsas" de ar entre camadas, que facilita a remoção progressiva de cinza e ajuda a manter o cachimbo aceso.
Encha o fornilho de tabaco até ao topo, com auxílio de um calcador ou com um dedo, pressione gentilmente o tabaco até que este preencha metade do volume total. Encha cachimbo de novo, até ao topo. Pressione até que ¾ do fornilho estejam completos. Encha de novo e pressione com alguma força, mas não demasiado. Ele estará bom quando o tabaco ao ser pressionado novamente pareça, algo, consistente. Se este não ceder é porque está demasiado apertado. Se este ceder muito, está excessivamente solto. Finalmente o teste, aspire o cachimbo sem estar aceso, deverá assemelhar-se à sucção de uma palhinha numa bebida suave. Se isto não acontecer, vaze o tabaco e comece de novo.
A pressão aplicada deve ser proporcional ao tamanho do cachimbo e, ao corte e umidade do tabaco, mas esta compensação está em segundo plano. Execute esta tarefa repetidamente até que a técnica seja coerente.
Se não conseguir encher corretamente o cachimbo terá grandes dificuldades em manter o cachimbo aceso.

5. ACENDER O CACHIMBO
Qualquer das formas existentes, fósforos, isqueiro de gás butano ou de nafta (Zippo), serve. No entanto todos eles são ligeiramente diferentes.
Os fósforos são o método tradicional de acender um cachimbo. Acenda o fósforo e espere que o enxofre arda. Aproxime o fósforo do topo do cachimbo e aspire o fumo suavemente, mova o fósforo num trajeto circular de uma maneira lenta e uniforme. Esta talvez seja a forma ideal de acender o cachimbo, assim não se influencia o aroma do tabaco.
Os isqueiros de gás butano são um pouco mais convenientes que os fósforos e, também são insípidos e inodoros. Os isqueiros próprios para cachimbo têm uma (por vezes mais) saída com um determinado ângulo que facilita a tarefa de acender o cachimbo, pois não queima os dedos.
Finalmente, os isqueiros de nafta, também denominados de isqueiros de gasolina. Estes partilham a conveniência dos isqueiros a gás, e têm a capacidade de acender o cachimbo mesmo sobre vento forte. A Zippo tem isqueiros próprios para cachimbo, estes possuem um orifício circular que é colocada sobre o fornilho enquanto que a chama é sugada para dentro do tabaco. O grande defeito destes isqueiros é o sabor a gasolina que conferem ao tabaco.

6.    MANTER O CACHIMBO ACESSO
Não esteja demasiado preocupado se tiver dificuldade em manter o cachimbo aceso. Raros são aqueles, mesmo com experiência, que não deixam o cachimbo apagar. O principal é relaxar e desfrutar esses momentos de ócio, o resto vem por si próprio. Atenção, o cachimbo deve ser fumado com calma e de preferência enquanto faz uma pausa.
A melhor maneira de manter o cachimbo aceso começa na forma como o acendemos. A maior parte das pessoas acendem o cachimbo duas vezes, para que todo o tabaco no topo esteja aceso de uma maneira uniforme.
Enquanto fuma é necessário que retire a cinza que se vai formando no topo do fornilho. Estas cinzas devem ser removidas periodicamente, volte o cachimbo para dentro do cinzeiro e bata gentilmente com o indicador no fundo do cachimbo, de maneira a libertar a cinza. A presença da cinza impede a passagem de oxigênio para a combustão do tabaco dificultando a sucção.
A cadência a que se fuma é o compasso de inspiração, este ritmo é bastante importante. Com a prática que se vai adquirindo a cadência certa. O conceito geral é o de manter aceso o cachimbo, e que este queime com uma temperatura ideal. A temperatura ideal pode ser definida quando seguramos o cachimbo e este não nos queima as mãos. O cachimbo deve estar confortável na sua mão. Caso não consiga segurar o cachimbo coloque-o de lado e espere que este arrefeça.
A temperatura no fornilho não pode ser muito elevada, pois sujeita-se a irritações na língua e à danificação do cachimbo.
 
7.    LIMPAR O CACHIMBO
A limpeza do seu cachimbo de forma minuciosa é de extrema importância. Apenas assim conseguirá tirar total partido do seu cachimbo. Antes de iniciar qualquer tipo de limpeza, espere que o cachimbo arrefeça.
A limpeza do fornilho deve ser feita cada vez que fuma uma porção de tabaco (o tabaco de um fornilho). Esta limpeza tem o propósito de eliminar todas as substâncias indesejáveis que restam no final da "cachimbada", tais como cinza, saliva e tabaco mal queimado e excesso de "bolo". O bolo é originado pela queima do tabaco em conjunto com o interior do fornilho, esta camada é muito importante, pois permite saborear o tabaco de uma forma impoluta e, protege o cachimbo das altas temperaturas atingidas durante a combustão do tabaco no fornilho. O bolo deve ser cuidado cautelosamente. Esta informação aplica-se apenas aos cachimbos "Briar", e não se aplica, de forma alguma, aos cachimbos de espuma do mar ou de barro.
Para remover a cinza mão bata o cachimbo em superfícies duras, isto pode resultar em danos graves. Tem duas maneiras de o conseguir, bata o cachimbo contra a sua palma da mão aberta (não se esqueça que para limpar o cachimbo este tem de estar frio), ou remova a cinza com auxílio da ferramenta para cachimbo.
Não deixe as cinzas no interior do fornilho por muito tempo. Estas podem obstruí-lo. Após a remoção da maior parte das cinzas, passe um escovilhão pelas paredes do fornilho de maneira a eliminar certos restos de tabaco, cinza ou saliva. Para facilitar dobre o escovilhão em forma de "U".
Existem muitas pessoas que ficam chocadas com o fato de um cachimbo ter de repousar 48 horas até que esteja, novamente, apto a ser usado. Este fato é verídico. A temperatura gerada durante a combustão do tabaco é de tal que provoca grandes dilatações na sua estrutura. As 48 horas servem para que o cachimbo descanse, e volte ao seu formato inicial. É óbvio, que não vai comprar imediatamente um número elevado de cachimbos para que esta regra seja devidamente cumprida. Vai ver que daqui a algum tempo já possui cachimbos suficientes para respeitar esta condição.
O cachimbo deve ser limpo regularmente. Para tal use os escovilhões (limpadores) cônicos, que normalmente são feitos de algodão. O fato de serem cônicos ajuda no rigor da limpeza efetuada. Esta limpeza destina-se à remoção de ácidos, nicotina, pequenos sólidos, saliva e outros compostos nocivos e de sabor muito desagradável.
Limpe o cachimbo sempre que fumar uma porção de tabaco, tirará maior proveito de um cachimbo bem limpo.
Primeiro, desmonte o cachimbo. Coloque o escovilhão, com a extremidade mais fina, sobre a abertura na boquilha e percorra o trajeto da haste na totalidade repetidamente. Se o escovilhão ficar imediatamente sujo, use um outro novo. Faça este processo até que o escovilhão não retire qualquer sujidade. Repita esta operação para a outra extremidade da haste. Dobre o escovilhão e limpe a área da haste com maior diâmetro. Aproveite bem os escovilhões e limpe o pescoço (parte do cachimbo, normalmente feita com o mesmo material do fornilho, que liga a haste ao fornilho), se for possível, com o mesmo escovilhão. Repita, basicamente os mesmos passos que efetuou para a haste. Tente usar as duas extremidades do escovilhão, para que não gaste muitos.
Por vezes é necessário proceder a uma limpeza mais profunda, existem líquidos próprio para a limpeza do cachimbo, mas também pode usar uma bebida de alto teor alcoólico. Embeba os escovilhões nesse líquido e passe por todo o cachimbo. Respeite a devida secagem do cachimbo. Atenção, este procedimento não se aplica aos cachimbos de espuma do mar (meerschaum).
Por vezes enquanto fumamos surgem uns sons estranhos. Este som é provocado pela presença de umidade no cachimbo. As possíveis causas são:
- Fumar excessivamente rápido. O vapor é um subproduto da combustão do tabaco, e a combustão acelerada aumenta as quantidades de umidade sem que esta possa ser libertada. A condensação dá-se no pescoço e haste.
- Cachimbo novo. Um cachimbo novo sem o bolo origina uma grande quantidade de umidade, possivelmente devido à umidade que compõem a madeira. Não há forma de evitar esta eventualidade.
- Tabaco com muita umidade. Os tabacos excessivamente úmidos aumentam a umidade relativa no interior do cachimbo promovendo uma condensação maciça.
- Saliva no cachimbo. É inevitável que enquanto fuma não deixe que alguma da sua saliva penetre no cachimbo. Mas se tiver a língua em contacto com a boquilha, haverá uma grande quantidade de saliva que entrará no interior do cachimbo. Mantenha a língua afastada da boquilha e a boca o mais seca possível.
Caso alguma destas situações ocorra, insira um escovilhão na boquilha do cachimbo e limpe o seu interior.

8.    EFEITOS SECUNDÁRIOS
O fato de ter a língua irritada é bastante desagradável, no entanto pertence ao ritual de iniciação. Apesar desta sensação ser perfeitamente natural, esta deve desaparecer ao fim de uma ou duas semanas. Se este prurido se prolongar pode haver outras razões: o tabaco que fuma tem umidade a mais, está a colocar o tabaco no fornilho de forma errada, a limpeza do cachimbo insuficiente (saliva no cachimbo), saturação do filtro ou, então, está a fumar com um ritmo excessivamente rápido.

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FONTE: Pesquisas na Internet

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