quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A CASA DE CARNE


O DESAFIO DA CASA DE CARNE

Abrimos as janelas, enchergamos somente a chuva pesada, o vento forte; Quase impossivel de sermos capazes de vislumbrar muito mais do que alguns metros além da janela...o dia cinza,  sensação de calafrios e angústia acorrentada dentro de nosso estômago.

Esse é um momento que sempre vivenciamos...muito mais do que uma vez em nossas vidas.Ao perder entes queridos para os braços da morte, ou para longinquas distâncias; Rompendo laços e promessas de amor antes eterno, sofrendo decepcões em todas as direções...

Ninguém nos compreende, fora nós que somos habitantes nessa casa, nenhuma outra pessoa pode sequer imaginar o quanto é intenso esse nosso momento...e na verdade muitos se esquecem que já foram cativos em suas casas, uma ou várias vezes, e se não foram ainda, com certeza serão mais dia, menos dia.

Alegar que o dia vai amanhecer, que a tempestade não será eterna... que há luz no fim do túnel, que todo fogo em breve se extingue em cinzas, ter fé, ter esperanças, isso não é bálsamo consolador, poque de dentro da casa, não ouvimos quem grita do lado de fora, mesmo que sejam verdades como essa...e sobretudo somos incompreendidos por não absorver os conselhos e gritos que nos atordoam do lado de fora...se eles soubessem que o carinho, o silêncio e o respeito são os melhores apoios e manifestação de fortalecimento para esses períodos...se eles soubessem...mas...

Conselhos não abrem os céus, gritos de alarme não cessam as chuvas...olhares de pena não ns confortam...que isso fique claro como o amanhecer que os vizinhos tanto anunciam.

Todos precisamos lutar, encontrar beleza ao contemplar a glória das torrentes, desde o som dos trovões, ao assovio dos ventos...encontrar conforto no frio que nos envolve possibilitando nos agasalhar em nosso próprio peito, tal como as aves em ninho que se aquecem sobre suas asas; É preciso olhar para dentro, aceitar a realidade do momento, e admirar os caminhos que se revelam, através do toque de Deus, que nos permite esse isolamento para constatar quais são as reais importâncias em nossa vida; São em aberturas como essas que grandes questões são pontuadas em nossas existências nessa existência.

Querer ser desbravador do próprio destino, é tolice; Aprender com ele, é ser sábio...e eu não digo que com isso será macia a caminhada, ledo engano se supõe isso, porque nunca foi de flores o caminho da evolução...Se deseja chegar o jardim, se deseja sentir o perfume das rosas e contemplar seu explendor de perto, antes precisara sangrar no jardim de espinhos que leva até elas...

Mas é chorando, gritando, aceitando...conversando consigo mesmo que você começara a finalmente ver como tudo foi bom, como tudo foi necessário, e em como você mudou ao perder aquilo que achava seu tudo, seu chão, e finalmente encontrar o céu após ter se sentido no inferno...e vai insanamente agradecer a Deus pela dádiva e oportunidade de ter recebido essa lição, por ter vivido essa tempestade, porque antes dela você era apenas um ser repleto de medo, de solidão, mas hoje tornou-se algo melhor, e que não exitaria em passar por tudo mais uma, e mais uma, e mais uma  vez se necessário fosse...

Não podemos, nem devemos nadar contra a correnteza da vida, mas isso, também não implica em desistir de lutar ou abrir mão de viver, mas sim, ter o sentimento de sabedoria de quando é o momento de se entregar a um aprendizado e um poder maior...e sobretudo aceitar que não existem vítimas e tão pouco carrascos, somente temos escolhas, renúncias e consequências. 

O segredo para se passar por essas tempestades é ignorar os gritos desesperados que vem de fora da casa, depois, contemple sua casa em toda sua plenitude, veja o quarto do seu coração sobretudo, vendo que amores viveu e vive, depois a sala da sua memória com os muitos momentos de felicidade e seja justo ao recordar também os dias tristes, com certeza antes de aceitar o desespero vai verter muitas lágrimas de comtemplação e constatara em como esse momento é tao pequeno; Vai se distrair únicamente consigo mesmo e o tempo rodara como um relógio de ponteiros soltos, e quando se der conta, terá adormecido, e o sol te acordará com um calor morno pela manhã, você então vai passar as mãos sobre a face, sorrir timidamente e respirar... e respirar... com a idéia de que tudo não passou de um louco sonho.

Percebemos que em momentos como esses, não precisamos de ninguém...é uma luta pessoal, seja qual for a raiz, a colheita é de sua responsabilidade e pessoas de fora só viriam a pertubar o seu momento de se encontrar; Não há felicidade no próximo, não existe nada neles que não exista em você...eles não podem ser responsabilizados pela sua angústia, decepção, desamor, porque no fim da noite você será grande o bastante para entender que só existe uma pessoa dentro dessa casa de carne, e esse alguém tem o seu rosto, o seu coração e a sua alma.

Não imaginamos como realmente somos, ou do que somos capazes, do que realmente temos medo e com o que sonhamos, até que uma tempestade nos trancafia em casa, e somos condicionados a nos enfrentar...e aceitar a nossa própria condição humana... quando não temos mais saída, senão olhar para o abismo das nossas ações, do nosso passado, do nosso presente e é ai que pavorosamente nos encontramos com as chaves para as portas do nosso futuro, e pelo medo de abrir, exitamos...correndo o risco de perder o direito de escolha.

Dolorido demais aceitar que merecemos tudo que nos machuca e seria hipócrita dizer o contrário; Não acredito em injustiças, e sim em semos responsavéis por tudo que cativamos, colhemos o que plantamos e como dizia meu pai: “Quem semeia vento, colhe tempestades”.

Se você hoje esta preso nessa CASA DE CARNE, olhando triste pela janela, vendo o mundo cinza além dela, sentindo frio, solidão, medo...pense, seja realista consigo e sinta que lições estão no momento de serem aprendidas, que sentimentos devem ser trabalhados, e aproveite esse maravilhoso tempo consigo, se encontre, mas antes SE ACEITE.

Dificil não acreditar que Deus escreve certo por linhas tortas quando iniciamos um vôô de Fênix ...

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Abraços fraternos ,     



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