O DESAFIO DA CASA DE CARNE
Abrimos as janelas, enchergamos somente a chuva pesada, o vento
forte; Quase impossivel de sermos capazes de vislumbrar muito mais do que
alguns metros além da janela...o dia cinza,
sensação de calafrios e angústia acorrentada dentro de nosso estômago.
Esse é um momento que sempre vivenciamos...muito mais do que
uma vez em nossas vidas.Ao perder entes queridos para os braços da morte, ou
para longinquas distâncias; Rompendo laços e promessas de amor antes eterno,
sofrendo decepcões em todas as direções...
Ninguém nos compreende, fora nós que somos habitantes nessa
casa, nenhuma outra pessoa pode sequer imaginar o quanto é intenso esse nosso
momento...e na verdade muitos se esquecem que já foram cativos em suas casas,
uma ou várias vezes, e se não foram ainda, com certeza serão mais dia, menos
dia.
Alegar que o dia vai amanhecer, que a tempestade não será
eterna... que há luz no fim do túnel, que todo fogo em breve se extingue em
cinzas, ter fé, ter esperanças, isso não é bálsamo consolador, poque de dentro
da casa, não ouvimos quem grita do lado de fora, mesmo que sejam verdades como
essa...e sobretudo somos incompreendidos por não absorver os conselhos e gritos
que nos atordoam do lado de fora...se eles soubessem que o carinho, o silêncio
e o respeito são os melhores apoios e manifestação de fortalecimento para esses
períodos...se eles soubessem...mas...
Conselhos não abrem os céus, gritos de alarme não cessam as
chuvas...olhares de pena não ns confortam...que isso fique claro como o
amanhecer que os vizinhos tanto anunciam.
Todos precisamos lutar, encontrar beleza ao contemplar a
glória das torrentes, desde o som dos trovões, ao assovio dos
ventos...encontrar conforto no frio que nos envolve possibilitando nos
agasalhar em nosso próprio peito, tal como as aves em ninho que se aquecem
sobre suas asas; É preciso olhar para dentro, aceitar a realidade do momento, e
admirar os caminhos que se revelam, através do toque de Deus, que nos permite
esse isolamento para constatar quais são as reais importâncias em nossa vida;
São em aberturas como essas que grandes questões são pontuadas em nossas
existências nessa existência.
Querer ser desbravador do próprio destino, é tolice;
Aprender com ele, é ser sábio...e eu não digo que com isso será macia a
caminhada, ledo engano se supõe isso, porque nunca foi de flores o caminho da
evolução...Se deseja chegar o jardim, se deseja sentir o perfume das rosas e
contemplar seu explendor de perto, antes precisara sangrar no jardim de
espinhos que leva até elas...
Mas é chorando, gritando, aceitando...conversando consigo
mesmo que você começara a finalmente ver como tudo foi bom, como tudo foi
necessário, e em como você mudou ao perder aquilo que achava seu tudo, seu
chão, e finalmente encontrar o céu após ter se sentido no inferno...e vai
insanamente agradecer a Deus pela dádiva e oportunidade de ter recebido essa
lição, por ter vivido essa tempestade, porque antes dela você era apenas um ser
repleto de medo, de solidão, mas hoje tornou-se algo melhor, e que não exitaria
em passar por tudo mais uma, e mais uma, e mais uma vez se necessário fosse...
Não podemos, nem devemos nadar contra a correnteza da vida,
mas isso, também não implica em desistir de lutar ou abrir mão de viver, mas
sim, ter o sentimento de sabedoria de quando é o momento de se entregar a um
aprendizado e um poder maior...e sobretudo aceitar que não existem vítimas e
tão pouco carrascos, somente temos escolhas, renúncias e consequências.
O segredo para se passar por essas tempestades é ignorar os
gritos desesperados que vem de fora da casa, depois, contemple sua casa em toda
sua plenitude, veja o quarto do seu coração sobretudo, vendo que amores viveu e
vive, depois a sala da sua memória com os muitos momentos de felicidade e seja
justo ao recordar também os dias tristes, com certeza antes de aceitar o
desespero vai verter muitas lágrimas de comtemplação e constatara em como esse
momento é tao pequeno; Vai se distrair únicamente consigo mesmo e o tempo
rodara como um relógio de ponteiros soltos, e quando se der conta, terá adormecido,
e o sol te acordará com um calor morno pela manhã, você então vai passar as
mãos sobre a face, sorrir timidamente e respirar... e respirar... com a idéia
de que tudo não passou de um louco sonho.
Percebemos que em momentos como esses, não precisamos de
ninguém...é uma luta pessoal, seja qual for a raiz, a colheita é de sua
responsabilidade e pessoas de fora só viriam a pertubar o seu momento de se
encontrar; Não há felicidade no próximo, não existe nada neles que não exista
em você...eles não podem ser responsabilizados pela sua angústia, decepção,
desamor, porque no fim da noite você será grande o bastante para entender que
só existe uma pessoa dentro dessa casa de carne, e esse alguém tem o seu rosto,
o seu coração e a sua alma.
Não imaginamos como realmente somos, ou do que somos
capazes, do que realmente temos medo e com o que sonhamos, até que uma
tempestade nos trancafia em casa, e somos condicionados a nos enfrentar...e
aceitar a nossa própria condição humana... quando não temos mais saída, senão
olhar para o abismo das nossas ações, do nosso passado, do nosso presente e é
ai que pavorosamente nos encontramos com as chaves para as portas do nosso
futuro, e pelo medo de abrir, exitamos...correndo o risco de perder o direito
de escolha.
Dolorido demais aceitar que merecemos tudo que nos machuca e
seria hipócrita dizer o contrário; Não acredito em injustiças, e sim em semos
responsavéis por tudo que cativamos, colhemos o que plantamos e como dizia meu
pai: “Quem semeia vento, colhe tempestades”.
Se você hoje esta preso nessa CASA DE CARNE, olhando triste
pela janela, vendo o mundo cinza além dela, sentindo frio, solidão,
medo...pense, seja realista consigo e sinta que lições estão no momento de
serem aprendidas, que sentimentos devem ser trabalhados, e aproveite esse
maravilhoso tempo consigo, se encontre, mas antes SE ACEITE.
Dificil não acreditar que Deus escreve certo por linhas
tortas quando iniciamos um vôô de Fênix ...
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Abraços fraternos ,
Autor :
______
eu queimei a casa inteira e ergui uma nova....
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